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Foram atendidos ainda os requerimentos do MPMG relativos ao bloqueio de R$ 30 milhões da empresa e à suspensão de seu processo de licenciamento ambiental

A Justiça de Minas Gerais, atendendo a requerimento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), determinou, nesta quarta-feira, 20 de março, a suspensão imediata de todas as atividades da Fleurs Global, mineradora que atua em região próxima à Serra do Curral. Também foi deferido o bloqueio de R$ 30 milhões das contas bancárias da empresa. A sentença determina ainda a suspensão do processo de licenciamento ambiental da empresa, que tramita na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.

A decisão se deu na Ação Civil Pública ajuizada pelo MPMG, na última sexta-feira, por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) e da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Nova Lima/MG.

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Em uma área aproximada de 79 hectares, às margens do Rio das Velhas e próximo à Serra do Curral, no município de Raposos, a Fleurs Global mantém um empreendimento minerário composto por duas Unidades de Tratamento de Minérios (UTM) e uma Pilha de Disposição de Rejeitos, além de outras estruturas administrativas e operacionais. Desde que iniciou suas atividades em 2018, o empreendimento registra diversas irregularidades ambientais, a fim de obter autorizações rápidas e superficiais para sua operação.

“Nossa investigação revelou que o empreendimento minerário burlou o processo de licenciamento ambiental. Essa ação foi proposta pelo MP de forma preventiva e reparatória, e busca garantir à sociedade a imediata paralisação das atividades e reparação integral de danos ambientais”, afirma o promotor de Justiça e coordenador do Caoma, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

A conduta da mineradora gerou, ao longo dos anos, uma série de autuações por parte dos órgãos ambientais. A empresa já foi autuada por supressão de vegetação característica de Mata Atlântica, intervenção em Áreas de Preservação Permanente, captação irregular de recursos hídricos, descumprimento de embargos administrativos, dentre outras atividades irregulares.

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Diante desse cenário, o Ministério Público solicitou tutela de urgência na suspensão imediata de todas as atividades do empreendimento e do processo de licenciamento ambiental, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil em caso de descumprimento. 

Assinaram a petição os promotores de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, Cláudia de Oliveira Ignez, Lucas Marques Trindade, Lucas Pardini Gonçalves e Hosana Regina Andrade de Freitas.

Inquérito na esfera criminal
Além da ACP, o MPMG anunciou abertura de inquérito contra um ex-deputado suspeito de tentar coagir a secretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Melo, na tentativa de regularizar a operação da mineradora na Serra do Curral. De acordo com a promotora de justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima, Cláudia de Oliveira Ignez, a intimidação envolveu ameaças a família da secretária. “(Houve a tentativa de) captação da vontade da pessoa que teria a responsabilidade por deferir ou negar o funcionamento do empreendimento e assim intimidá-la como mulher, como mãe, como filha”, afirmou Cláudia Ignez.

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Segue abaixo áudio do promotor de Justiça e coordenador do Caoma, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

 

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