Notícias - Crime CibernéticoMPMG recebe denúncia da OAB-MG sobre golpe cibernético do falso advogado
Criminosos usam indevidamente fotos e informações de profissionais do Direito para enganar e pedir dinheiro a pessoas pelo WhatsApp ou por e-mail
Um novo tipo de crime cibernético vem afligindo advogados mineiros e seus clientes: o golpe do falso advogado. Por meio dessa fraude, criminosos se passam por profissionais do Direito para pedir dinheiro a pessoas que são parte de ações judiciais.
A denúncia consta em representação entregue pelo presidente da OAB-MG, Gustavo Chalfun, ao procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Paulo de Tarso Morais Filho, na terça-feira, 21 de janeiro, em Belo Horizonte, durante visita oficial do chefe do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) à sede da OAB mineira. O encontro contou com a presença do procurador-geral adjunto institucional, Hugo de Barros; da procuradora de Justiça Janete Oliva; dos promotores de Justiça Leonardo Barbabella, Elizabeth Villela e Danielle Arlé; da secretária-adjunta da OAB-MG, Cássia Haten; e da presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (Camg), Ângela Botelho.
De acordo com Chalfun, na abordagem às vítimas, os golpistas usam fotos e dados de advogados, além de informações contidas nos processos judiciais em que os profissionais atuam. Nas mensagens enviadas pelo WhatsApp ou por e-mails, os criminosos assumem indevidamente a identidade do profissional ou informam que trabalham com ele no mesmo escritório.
Em seguida, inventam alguma uma história para tentar extorquir as vítimas: dizem que precisam de adiantamento em dinheiro para pagamento de custas processuais, para liberação de documentos, de valores de indenização ou outra desculpa que pode parecer verdadeira. Muitas vezes, os golpistas chegam a enviar cópia da ação judicial ou informações precisas a respeito do caso.
De acordo com Chalfun, o crime, que já se alastrou por outros estados brasileiros, tem se disseminado em Minas Gerais de forma intensa. “Recebo centenas de mensagens diariamente de pessoas que estão sendo lesadas. Acredito que hoje é o golpe mais aplicado pelo WhatsApp no estado”, comenta. Segundo ele, além do prejuízo financeiro das vítimas, os advogados também estão ficando em uma situação complicada pelo uso indevido de suas identidades.
Chalfun solicitou uma investigação para punir os criminosos, identificar eventuais quadrilhas e detectar possíveis brechas pelas quais os golpistas conseguem acessar informações sensíveis dos processos judiciais. Paulo de Tarso informou que o Ministério Público de Minas Gerais possui, em sua estrutura, o Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), área especializada na coibição desse tipo de ilícito. Ele afirmou, de prontidão, que o golpe será apurado com prioridade para se chegar aos autores e aplicar as sanções adequadas. “Essa fraude coloca em risco o sistema de Justiça e isso atinge a todos”, destacou.
Conforme informações de advogados, a maioria das vítimas é parte em ações previdenciárias ou trabalhistas, portanto idosos e operários, público considerado mais vulnerável. As pessoas acreditam que estão realmente falando com o advogado delas e depositam os valores solicitados. Muitas vezes, os pagamentos são feitos aos poucos até chegar a somas altas, como R$ 50 mil.
Como denunciar
Assim que perceber que a abordagem se trata de um golpe, a vítima precisa registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia. É importante fazer prints da conversa e fornecer à Polícia Civil todas as informações de que dispuser, como número de pix, horários ou qualquer outra pista para rastrear o criminoso. No caso dos advogados, além do boletim de ocorrência, também é necessário informar clientes, contatos, a OAB e entidades como sindicatos, associações, entre outras, sobre o golpe. O aviso deve ser feito por todos os meios de comunicação possíveis, como alerta nas redes sociais, no WhatsApp, no e-mail.
Ministério Público de Minas Gerais
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