Iniciativa lançada em novembro de 2022 contempla 11 ações. CNMP buscará a adesão de todos os clubes das séries A e B do campeonato brasileiro. Entre os Ministérios Públicos, MPMG foi um dos primeiros a aderir

 

Como parte da programação da Semana do Ministério Público 2023, América Futebol Clube, Clube Atlético Mineiro e Cruzeiro Esporte Clube firmaram nesta quinta-feira, 14 de setembro, suas respectivas adesões ao Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, ação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância da vacinação prevista no Programa Nacional de Imunização (PNI) para a prevenção de doenças, visando a retomada de índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal em todo o território nacional.

Foto: Ana Clara Ferreira Amaral

O objetivo é que os clubes possam disseminar as ações do pacto entre seus torcedores e nos estádios de futebol.

O documento foi assinado pelo procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior; pelo conselheiro nacional do Ministério Público e presidente da Comissão da Saúde, Jayme Martins de Oliveira Neto; pelo presidente da SAF do América, Marcus Vinícius Salum; pelo diretor jurídico do Atlético Luiz Fernando Pimenta Ribeiro; e pelo secretário-geral do Cruzeiro, Alexandre Cobra.

Participaram também da solenidade o corregedor-geral do MPMG, Marco Antonio Lopes de Almeida, a diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), Élida Freitas Resende e a promotora de Justiça Vanessa Campolina Rebello Horta, da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro.

Acesse aqui a íntegra do documento.

O Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, lançado em 30 de novembro de 2022, contempla 11 ações, entre elas: desenvolver ações integradas do Ministério Público com órgãos gestores visando ao aumento da confiabilidade dos dados do Datasus; promover o diálogo necessário com o poder público das esferas federal, estadual, distrital e municipal para alcançar, de maneira mais rápida e eficiente, a elevação dos índices de cobertura vacinai; desenvolver ações de capacitação e colaboração dos diversos setores da sociedade para garantir metas crescentes de adesão ao PNI; desenvolver ações conjuntas com o setor educacional a fim de capacitar e sensibilizar professores, coordenadores pedagógicos e demais profissionais da educação para que atuem como multiplicadores no processo de conscientização dos alunos, da comunidade escolar e da sociedade em geral entre outras.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os dez países com maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada.

Para o CNMP, a queda progressiva na adesão da população às campanhas de vacinação tem comprometido a homogeneidade da imunização em todo território nacional, com causas que variam, entre outras, desde a hesitação vacinal, desinformação por falta de conhecimento dos calendários e dos esquemas vacinais e baixa percepção dos riscos para doenças consideradas erradicadas.

Além disso, a preocupante diminuição da cobertura vacinal no Brasil, desde 2013, gera impactos severos e potencializadores de alto risco no que tange à vacinação infantil, especialmente à poliomielite.

Para ampliar o alcance da campanha e a conscientização da importância da vacinação em todo o país, a Comissão da Saúde do CNMP disponibilizará materiais gráficos informativos que serão utilizados pelas instituições que aderirem à causa. Esses materiais serão disponibilizados para edição e uso em campanhas de conscientização.

Sobre a vacinação, o procurador-geral de Justiça disse que no Brasil há uma deficiência muito grande, as pessoas não estão indo vacinar. "Isso terá uma consequência enorme na vida das pessoas e do estado, que terá que suportar o tratamento de doenças por muitos anos. Então, o Conselho Nacional do Ministério Público, por meio desse pacto, busca estimular os promotores de Justiça para que atuem no sentido de fazer com que os municípios adotem campanhas necessárias para a vacinação. Contamos ainda com os clubes de futebol que são formadores de opinião e podem estimular muitas torcidas com ações concretas para a que essas pessoas tomem as vacinas. Elas estão disponíveis e parte dos brasileiros não está utilizando esse benefício”, ressalta Jarbas Soares. 

Para o conselheiro do CNMP, Jayme Martins de Oliveira, “a adesão dos times de futebol é fundamental, pois eles conseguem comunicar-se com toda a sociedade. As redes sociais dos clubes brasileiros têm uma relação muito grande com os torcedores. Então eles têm a possibilidades de potencializar a campanha e desenvolver ideias para que esse movimento possa prosperar. Aqui em Minas tivemos o apoio do Ministério Público para mobilizar os times de Belo Horizonte, mas nossa meta é conseguir reunir todos os clubes das séries A e B”.

Ainda segundo o conselheiro, no jogo entre Santos e Cruzeiro, válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, que será realizado nesta quarta-feira, às 19 h, na Vila Belmiro, em Santos, os clubes farão ações relacionadas à campanha.

Os representantes dos clubes de futebol foram unânimes em dizer que estão à disposição para realizar campanhas de conscientização, educativas entre outras que possam levar informações importantes aos torcedores.

“O América já realizou diversas campanhas, como o combate ao racismo, por exemplo. O futebol é uma paixão nacional e por meio dos clubes temos condições de colaborar muito para que iniciativas como essa, realizada pelo Ministério Público, tenham uma alcance ainda maior”, reforça Marcus Salum.

Alexandre Cobra, representante do Cruzeiro, disse que “o clube fará um plano estratégico de longo prazo para que cada vez mais as pessoas tenham informação de que é fundamental esse movimento para elevar os índices da cobertura vacinal no país”.

Para o diretor jurídico do Atlético, Luiz Fernando Pimenta, “os clubes têm uma frequente necessidade de estar à frente de iniciativas como essa, participar de uma forma bem consciente e  divulgar uma matéria tão importante como a do Pacto Nacional pela Consciência Vacinal. Ao nos vacinarmos não só nos defendemos, mas também contribuímos para a segurança de nossa comunidade”, destaca Pimenta.

Galeria de imagens (Fotos: Eric Bezerra)