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Além da imagem de São Francisco da Penitência outras 23 foram restauradas pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Escola de Belas Artes da UFMG. Convênio celebrado entre o MPMG, Iepha, UFMG e a Fundep viabilizou as restaurações

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acompanhará, na próxima quarta-feira, 19 de abril, a devolução da peça sacra de São Francisco da Penitência, atribuída ao mestre Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), à comunidade de Cipotânea, na Zona da Mata. A solenidade será realizada às 15h, na Igreja Matriz de São Caetano, em ato litúrgico, que marcará a restituição da imagem à comunidade.

A escultura de São Francisco, feita em madeira policromada, possui altura de 127 cm e aproximadamente 16 kg e pertence à Paroquia de São Caetano, Arquidiocese de Mariana. A cabeça da escultura é a parte da obra atribuída pelo Cecor ao mestre Aleijadinho, a partir de rigoroso trabalho técnico científico e interdisciplinar, que exigiu um estudo completo da materialidade da escultura, contemplando desde análise iconográfica e das características formais da peça até análises físico químicas, radiografias X, análise botânica da madeira, além da importante pesquisa histórica sobre a presença de Aleijadinho na região de Cipotânea ou Rio Espera.

O evento contará com a presença do procurador-geral de Justiça Jarbas Soares Júnior, da equipe da Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC) e seu coordenador, o promotor de Justiça Marcelo Azevedo Maffra, da presidente do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha – MG), Marília Machado Palhares, dos professores Alessandra Rosado e Luiz Antônio Cruz Souza, da diretoria do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da Escola de Belas Artes da UFMG (EBA/UFMG) e da Arquidiocese de Mariana.

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Foto: Cláudio Nadalin

Restauração de imagens sacras

A restauração de 24 imagens, dentre as quais a de São Francisco da Penitência, foi realizada pelo Cecor no âmbito do Projeto Extramuros, viabilizado por meio de convênio celebrado entre o MPMG, Iepha, UFMG e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), com o repasse de recursos advindos de medida compensatória obtida com a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta com empreendimento minerário.

Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Vila Rica por volta de 1738 e morreu na mesma cidade em 1814. É o principal artista do período colonial brasileiro muito estudado por especialistas e reconhecido pelo público em geral, nacional e internacionalmente. Sua formação artística, de cunho regional, foi feita nas oficinas locais de artistas portugueses, nas primeiras décadas do século, incluindo o próprio pai, Manoel Francisco Lisboa.

No campo da escultura religiosa em madeira policromada, sua obra de maior significação é o conjunto dos sete Passos da Paixão do Santuário de Congonhas, executadas entre 1796 e 1799, com o auxílio de uma série de “oficiais”. São 64 imagens em tamanho natural compondo os grupos da Ceia, Horto, Prisão, Flagelação, Coroação de Espinhos, Caminho do Calvário e Crucificação.

Faz parte do conjunto de Congonhas do Campo o também emblemático conjunto dos 12 profetas em pedra sabão, executado nos primeiros anos do século XIX, que compõem o cenário no adro. Também comprovadas são as importantes obras dos santos carmelitas São Simão Stock e São João da Cruz, da Ordem Terceira do Carmo de Sabará com documentação histórica do ano de 1778.

Com informações da Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais.

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