Notícias - InstitucionalGuimarães Rosa é o segundo escritor homenageado pelo MPMG para comemorar os 300 anos de Minas
Chico Lins, Guimarães Rosa, Adélia Prado e Carlos Drummond de Andrade são alguns dos autores que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está homenageando como parte das comemorações dos 300 anos de Minas.
Além de contar sobre a vida, a obra e o pensamento de alguns escritores mineiros ou de autores que tenham alguma ligação com Minas, o MPMG também sorteará um livro de cada um deles entre os seguidores da instituição no Twitter, no Instagram e no Facebook.
A ideia é resgatar um pouco da história do Estado a partir da literatura. Esse projeto é uma extensão do Trocando Letras, que possibilita a troca de livros, internamente, entre integrantes do MPMG.
O primeiro homenageado foi Francisco José Lins do Rego Santos. Agora, o MPMG traz a trajetória de João Guimarães Rosa.
JOÃO GUIMARÃES ROSA
Médico, diplomata, escritor, João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo em 27 de junho de 1908. Filho de Francisca Guimarães Rosa e Florduardo Pinto Rosa, Joãozito, como era chamado na intimidade, viveu até os 8 anos na sua cidade natal. Aos 9, muda-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde conclui os estudos. Ingressa na Faculdade de Medicina da UFMG aos 16 anos, formando-se em 1930. Nesse mesmo ano, casa-se com Ligia Cabral Penna, com quem tem suas duas únicas filhas – Vilma (1931) e Agnes (1934). Já formado, Guimarães Rosa vai exercer a profissão em Itaguara, na época, distrito de Itaúna, lá permanecendo por aproximadamente 2 anos.
Os primeiros textos literários surgiram em 1929, quando participou de um concurso da revista O cruzeiro, em que se inscreveu com quatro contos e foi o grande vencedor. Devido à sua vasta cultura e amplo conhecimento de idiomas, é aconselhado por um amigo a seguir carreira diplomática. Em 1934, é aprovado em concurso para o Itamaraty, do Ministério do Exterior, e troca a medicina pela diplomacia. Em 36, é premiado pela Academia Brasileira de Letras por poemas que só seriam publicados postumamente na obra Magma. Mesmo sendo muito elogiada, Rosa a considerava uma obra menor e seus versos “pouco convincentes”.
Em 1938, é nomeado cônsul adjunto em Hamburgo, na Alemanha, onde fica até 42. Como cônsul, conhece Aracy Moebius de Carvalho, funcionária do consulado que se tornaria sua segunda esposa. Mesmo com todos os riscos e perigos, ambos facilitaram a fuga de inúmeros judeus perseguidos pelo nazismo, o que lhes rendeu, em 1985, uma condecoração pelo governo de Israel. Da Alemanha, segue para Bogotá, Colômbia, onde fica até 1944 como Secretário de Embaixada. Já no Brasil, publica, em 1946, o livro de contos Sagarana. De linguagem inovadora, com estruturas narrativas únicas e pela rica simbologia dos contos que compõem a obra, Sagarana dá a Rosa uma posição de destaque na literatura brasileira. Com ela, o regionalismo volta à pauta na literatura nacional, mas com caráter universal. Segundo o crítico Antonio Cândido, “Sagarana nasceu universal pelo alcance e pela coesão da fatura”.
Em julho de 1947, viajou pelo pantanal matogrossense e se encontrou com o vaqueiro Mariano, encontro que resultou no conto Com o vaqueiro Mariano, publicado em três partes no jornal Correio da Manhã, entre outubro de 1947 e março de 1948. Posteriormente, o conto fez parte de Estas estórias, obra póstuma de 1969.
De 1948 a 1951, atua como primeiro secretário e conselheiro de embaixada em Paris, além de outros cargos representativos na capital francesa. De volta ao Brasil, viaja, pela segunda vez, ao sertão mineiro. Em suas viagens, o escritor sempre tomava nota de tudo: flora, fauna, topografia, costumes, falares, crendices etc.
Em 1956, publica Corpo de baile e seu único romance, Grande sertão: veredas, causando forte impacto no cenário literário brasileiro. O romance logo foi traduzido para vários idiomas e recebeu diversos prêmios. Corpo de baile foi posteriormente publicado em 3 partes: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites do sertão.
Em 1963, candidata-se pela segunda vez à Academia Brasileira de Letras. Eleito por unanimidade em agosto desse ano, Rosa só toma posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois, falece no Rio de Janeiro de infarto. Em seu discurso de posse, de forma sentenciosa, afirma: “A gente morre é para provar que viveu”.
Entre outras obras do autor, destacam-se Primeiras estórias, Tutameia, Ave, palavra. Deixou poemas e contos em jornais, revistas e suplementos literários brasileiros. Sua obra tem sido adaptada para o teatro, cinema, ensaios fotográficos, dança etc. sempre com sucesso de público e crítica.
Fontes: Dicionário bibliográfico de escritores mineiros. Constância Lima Duarte (organizadora)
Site da Academia Brasileira de Letras
Suplemento Literário de Minas Gerais. Edição especial. Junho de 2008
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