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Espaço hospedará os segmentos corpóreos das pessoas que morreram em decorrência do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, há seis anos, e contará a história de cada uma. Para Nayara Porto, que perdeu o marido, Everton Lopes Ferreira, de 32 anos, a inauguração do local no próximo sábado, 25 de janeiro, representa um sonho. “Foi uma luta árdua para consegui-lo. O memorial vai mostrar para as pessoas o que realmente aconteceu”.

 

Representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia de Brumadinho (Avabrum) estiveram, na tarde desta segunda-feira, 10 de janeiro, no Gabinete do procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho, para apresentar a instituição ao novo chefe do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O grupo aproveitou o encontro para levar ao PGJ o convite para a inauguração do Memorial em homenagem às Vítimas da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão, que ocorrerá em Brumadinho neste sábado, 25 de janeiro – quando o episódio, que causou a morte de 272 pessoas, completará seis anos.  

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A pedido da 1ª Promotoria de Justiça de Brumadinho, o Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do MPMG (Compor) instaurou procedimento de mediação, que viabilizou realização do acordo para a inauguração do Memorial de Brumadinho.

As promotoras de Justiça Ludmila Costa Reis, de Brumadinho, e Ana Tereza Giacomini, coordenadora da Casa Lilian, que acompanhou o caso desde o início, destacaram a importância do espaço e o empenho do MPMG para garantir a participação da comunidade na construção e na gestão dele. “O Memorial representa a garantia de vários direitos das vítimas em um processo que teve, a todo momento, a participação delas na concepção do espaço, na elaboração, na gestão e na execução do projeto”, destacou Ana Tereza. 

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Ainda conforme a promotora, o Memorial traz a possibilidade de exercício digno do luto, pois hospedará os segmentos corpóreos das vítimas, que estavam até hoje aguardando liberação do Instituto Médico Legal, para encaminhamento a um local digno. “O espaço também vai consagrar o direito à memória e o direito à verdade sob a ótica das vítimas, para que a gente não se esqueça não apenas das joias, que são as pessoas que morreram com essa tragédia, mas também do que aconteceu e de como podemos construir possibilidades de prevenir e evitar episódios como este”, frisou.  

Sonho 

Para a presidente da Avabrum, Nayara Porto, que perdeu o marido, Everton Lopes Ferreira, de 32 anos, na tragédia, a inauguração do memorial representa um sonho. “Foi uma luta árdua para consegui-lo. É um espaço que vai mostrar para as pessoas o que realmente aconteceu e contar as histórias das vítimas, que foram pessoas muito queridas”. 

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Nayara também enalteceu o empenho do MP para que o projeto se tornasse realidade. “O MP sempre esteve conosco. Sempre encontramos abrigo aqui. A gente precisa muito dele e das outras instituições de Justiça, porque sabemos o tamanho da Vale”. 

Jacira Francisca, que perdeu um filho de 32 anos na tragédia, também reconheceu a importância do MPMG ao longo desses seis anos. “O MP sempre caminhou com a gente nesta construção. Tem importância ímpar para que a história seja contada da forma real”, afirmou. 

Gestão 

A Fundação Memorial de Brumadinho será presidida por Fabíola Moulin Mendonça, que foi secretária de Cultura de Belo Horizonte, presidente da Fundação Municipal de Cultura e da Fundação Clóvis Salgado. A gestora considera a inauguração do local uma “conquista importantíssima dos familiares das vítimas, que lutaram muito para ter um espaço que honrasse a memória dos que partiram”. 

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Também para Fabíola, o MP tem papel fundamental na construção do memorial. “Essa vitória não seria possível sem o apoio do MPMG. Houve um grande empenho da instituição. Foi firmado um acordo com a interveniência do MPMG para que fossem possíveis a construção e uma gestão do memorial que preservasse a autonomia dos familiares das vítimas. Este é um momento muito simbólico”, pontuou. 

O procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso, reforçou a preocupação do MP com todos os desdobramentos do caso e destacou que a instituição trabalha para conferir maior celeridade e efetividade na execução do acordo firmado em decorrência da tragédia. “Por parte do MP, haverá sempre todo o empenho e o acolhimento necessários para garantir dignidade aos atingidos em razão do ocorrido”, garantiu.   

Também participaram da reunião: o procurador-geral de Justiça Adjunto Institucional, Hugo Barros de Moura Lima; o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma), promotor de Justiça Luciano Badini; o coordenador regional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, promotor de Justiça Thiago Augusto Vale Lauria; a assessora do Gabinete, Andrea David; e as representantes da Avabrum Kenya Lamonier e Vanessa Souza.  

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Ministério Público de Minas Gerais

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