Notícias - Crime CibernéticoEstelionato digital: MPMG intensifica atuação para combater golpes pelo WhatsApp em MG
Segundo levantamento preliminar realizado pelo Coeciber, em 2021 foram registradas 32.949 ocorrências do crime aplicado pelo aplicativo no estado
“Oi, meu celular caiu e danificou a tela. Deixei na assistência técnica e eles me deram um prazo de 3 a 4 dias. Estarei usando esse número temporariamente. Qualquer coisa, pode me chamar aqui, ok”? Uma mensagem padrão como essa pode ser o ponto de partida para a prática de um dos crimes digitais mais cometidos em MG: o estelionato via o aplicativo whatsapp. Um início de conversa que demonstre um conhecimento prévio sobre a vítima, que crie uma relação de confiança com parentes e amigos, acompanhado da foto de contato do chamariz, é capaz de ludibriar e causar prejuízos a muita gente.
Em Minas Gerais, conforme levantamento preliminar da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entre janeiro e setembro de 2021, houve 32.949 ocorrências do estelionato aplicado pelo aplicativo no estado. É o crime cibernético de maior incidência de demandas na instituição.
Nesse tipo de golpe, o criminoso muitas vezes se passa por parente da vítima. Após a troca de algumas mensagens para obter dados e ganhar a confiança dela, o criminoso passa a pedir que ela faça alguma transferência ou depósito, sob o pretexto de que não está conseguindo acessar aplicativos no telefone novo ou alguma outra desculpa genérica. A vítima, então, acaba fazendo a movimentação financeira solicitada pelo estelionatário.
“Em geral, não se trata de invasão (“hackeamento”) do telefone, do computador ou mesmo do aplicativo. O que ocorre é que os criminosos adquirem ‘pacotes de dados’ no mercado negro, geralmente decorrentes dos vazamentos de bancos de dados de prestadores de serviços e empresas legítimas, contendo nome, data de nascimento, estado civil, endereços, números de telefones, relações familiares e até dados financeiros e outras informações sensíveis de possíveis alvos”, explica o coordenador do Coeciber, promotor de Justiça Mauro Ellovich da Fonseca:
Diante dos dados alarmantes, o MPMG está intensificando o trabalho preventivo em duas frentes: primeiro, o Coeciber elaborou um roteiro para orientar os promotores de Justiça de todo o estado com medidas para intensificar o combate ao crime; segundo, o órgão produziu um documento com dicas para que o cidadão possa se prevenir e não cair em estelionatos digitais.
“Somente com a prevenção e a devida responsabilização dos criminosos poderemos coibir esse tipo de crime que vem gerando cada vez mais danos à nossa sociedade”, acrescenta o promotor.
Como evitar o golpe?
Segundo o Coeciber, algumas medidas podem ser suficientes para que o cidadão evite ser vítima do golpe:
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Não realizar imediatamente pagamentos ou transferências quando houver solicitação por meio do Whatsapp;
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Não fornecer dados ou confirmar dados por telefone ou aplicativos não seguros (como Whatsapp, Telegram, etc), ainda que pareçam ser de instituições legítimas;
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Restringir as configurações de privacidade de redes sociais, especialmente a da foto de perfil do Whatsapp;
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Ativar a verificação em duas etapas em todos os produtos/serviços que possuírem esta funcionalidade (especialmente o Whatsapp).
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Alertar parentes e familiares, especialmente os mais idosos, sobre como esse tipo de estelionato vem ocorrendo e ensiná-los a adotar as medidas de prevenção.
Que providências adotar se for vítima?
Caso o cidadão tenha sido vítima desse golpe ou alguém tenha tentado aplicá-lo, o Coeciber orienta a adoção das seguintes providências:
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Nunca delete a conversa realizada com o criminoso e nem apague qualquer mensagem do diálogo.
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Faça a captura de telas (“print screen” ou “print” como é referido popularmente) dessa conversa;
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Realize o “backup da conversa” e a “exportação da conversa” para algum e-mail;
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Informe imediatamente ao parente ou amigo cuja identidade está sendo usada pelo criminoso para que ele possa avisar terceiros e se precaver das consequências do uso de seu nome e dados;
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Faça um Boletim de Ocorrência, constando o número usado pelo criminoso e quaisquer outros dados que ele tenha fornecido (e-mails, chaves PIX, contas bancárias, etc);
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Comunique imediatamente seu banco e o banco para o qual os valores foram transferidos, registrando reclamações formais;
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Envie um e-mail para support@whatsapp.com comunicando a criação de perfil falso, constando o número utilizado pelo criminoso e as capturas de tela (“prints”) realizadas.
Ministério Público de Minas Gerais
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27/10/2021