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O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres é celebrado anualmente em 6 de dezembro com o objetivo de  conscientizar os homens sobre o papel que precisam desempenhar para colaborar com o fim da discriminação e violência contra as mulheres. A data foi oficializada por meio da  Lei nº 11.489, de 20 de junho de 2007.

Em 6 de dezembro de 1989,  um jovem  de 25 anos invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica de Montreal , no Canadá,  e ordenou que todos os homens abandonassem o local, para que pudesse assassinar todas as mulheres daquela turma, vindo a se suicidar em seguida.

Em uma carta deixada  explicou  que  não admitia que mulheres frequentassem o curso de Engenharia, uma área tradicionalmente masculina.

Comovidos e chocados com este caso, um grupo de homens canadenses criou a Campanha do Laço Branco (White Ribbin Campaign), um movimento que visa fomentar a igualdade de gêneros e uma nova visão sobre a masculinidade.

Para marcar esta data,  o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAOVD) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) promove, no dia 6, às 14h, na Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte, evento em que será exibido o documentário Silêncio dos Homens,  obra que tem o objetivo de provocar reflexão sobre o modelo de masculino que se impõe sobre meninos e homens e como isso acaba por silenciá-los ao longo da vida, contribuindo para comportamento violentos dentro de casa, na família e na sociedade.

Minas lidera ranking de feminicídios

O Brasil é o quinto país mais violento do mundo para as mulheres. Segundo o 13° Anuario  Brasileiro de Segurança Pública (2019), houve 66.041 registros de violência sexual em 2018 - 81,8% das vítimas são do sexo feminino; 53,8% tem até 13 anos de idade. Minas Gerais registra, em média, 145 mil casos de violência doméstica por ano, tendo liderado, nos últimos dois anos, o ranking de  feminicídios do Brasil, como o estado em que mais mulheres são assassinadas por serem mulheres.

Para a coordenadora do CAOVD, promotora de justiça Patricia Habkouk, "é preciso trazer os homens para esta discussão,   estimulando   mudança de atitudes e comportamentos,  enfatizando a responsabilidade que devem assumir na eliminação da violência contra as mulheres e meninas.”

Silêncio dos homens

Foram convidados para assistir a exibição do documentário promotores de justiça, procuradores, servidores, terceirizados, estagiários e demais integrantes do MPMG .
Após a exibição do documentário, Felippe Figueiredo Lattanzio, psicólogo, psicanalista, coordenador geral do Instituo Albam , promoverá um debate sobre o tema.

A ideia é  também auxiliar os promotores de Justiça  do interior  a  fomentarem políticas públicas em relação ao trabalho a ser desenvolvido com autores de violência doméstica contra a mulher, com a criação dos Grupos Reflexivos de Gênero.

"A divisão de papéis imposta culturalmente pela sociedade, entre homens e mulheres , favorece a violência contra a mulher, naturalizando  aos homens  o exercício do poder e da dominação", explica Habkouk.
 

 
 
 
 
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