Notícias - Criança e AdolescenteRelatório divulgado pelo CIA-BH reúne dados sobre adolescentes apreendidos em 2023
O Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (Cia-BH) divulgou relatório com dados e estatísticas referentes ao ano de 2023. O órgão atende ao adolescente autor de ato infracional, tanto na área da apuração da prática de atos?infracionais, quanto na aplicação e execução das medidas socioeducativas, por meio da integração operacional da Vara Infracional da Infância e Juventude, da Promotoria da Infância e Juventude, da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) e das Polícias Militar e Civil.
As informações levantadas têm como base o encaminhamento de 3390 casos, no ano passado, para atendimento pelo Cia-BH: 198 referem-se apenas a cumprimentos de mandados de busca e apreensão e 3192 novos casos de apuração de atos infracionais. Além disso, 2005 adolescentes foram encaminhados como autores, em tese, de atos infracionais. Dos novos casos, 1187 dizem respeito à reentrada de adolescentes (reincidência).
Dos atos infracionais ocorridos, o tráfico de drogas apresenta o mais alto índice, seguido pelo furto e pela lesão corporal.
Violência letal?
O relatório apresenta ainda dados referentes à letalidade com incidência sobre adolescentes e jovens, compilados pela Comissão de Prevenção à Letalidade do Fórum Permanente do Sistema de Atendimento Socioeducativo de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Médico Legal (IML-AR) e com a Vara Infracional de Belo Horizonte.Esses dados passaram a fazer parte do relatório anual do CIA-BH há dois anos. O relatório apresenta dados sobre adolescentes e jovens vítimas de homicídio em 2022, em Belo Horizonte e municípios limítrofes da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH.
Conforme apresentado no Atlas da Violência de 2023, a série histórica de dados indica uma redução da letalidade juvenil nos últimos anos. “Contudo, trata-se de uma redução tímida considerando a precocidade das vidas perdidas, de modo que o genocídio da juventude negra - juvenicídio negro - permanece sendo um problema a ser enfrentado por nossa sociedade, pois se trata de uma tragédia humana”, diz trecho do documento.
Em 2021, foram registrados 208 óbitos por causas externas ocorridos entre adolescentes e jovens (12 a 21 anos incompletos) na RMBH. Esse contingente sofreu redução de 12,01% em 2022, quando 183 óbitos de adolescentes e jovens foram registrados. Em 2022, 43,17% do total das mortes de adolescentes e jovens foi categorizada como homicídio, o que evidencia que esta permanece como principal causa de morte na faixa etária pesquisada.
A inclusão dessas informações permite a construção de uma série histórica que favorece o monitoramento do fenômeno e orienta a construção de ações de prevenção à letalidade e promoção da vida de adolescentes e jovens atendidos.
No Brasil, a violência ainda é a principal causa de morte entre homens jovens.
CIA-BH
O Cia-BH fica na Avenida Afonso Pena, 2.300 - Belo Horizonte - Minas Gerais. O telefone é (31) 3330-6100.
Foto: TJMG
