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Uma iniciativa inovadora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) via Plataforma Semente, o projeto “Hãmhi – Terra Viva” segue na formação de 30 agentes agroflorestais de povos indígenas também conhecidos como Maxakalis. Antigos habitantes dos Vales do Mucuri, Rio Doce e Jequitinhonha, região onde estão situadas 18 das 20 cidades mais afetadas no país pelo aumento do calor no ano passado, os Maxakalis representam hoje uma população de 2.850 pessoas.

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São cinco territórios indígenas que abrangem quase 300 hectares, distribuídos entre os municípios de Bertópolis, Ladainha, Santa Helena de Minas e Teófilo Otoni. Iniciada em junho de 2023, a ação já promoveu o plantio de dezenas de hectares de sistemas agroflorestais, juntando o plantio de grãos às árvores nativas e frutíferas. Esses plantios promovem sombras, protegem os rios e recuperam a umidade do solo, ajudando no combate ao aquecimento da temperatura.

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Cada agente agroflorestal recebe um kit de equipamentos agrícolas, bem como mudas e insumos para o plantio. Em prol da sustentabilidade dessa ação, foram construídos três viveiros-escolas e está em desenvolvimento uma rede de coletores de sementes. Hoje, cada viveiro abriga mais de 12 mil mudas de espécies nativas diversas. O projeto conta com uma equipe de coordenadores técnicos e administrativos, incluindo antropólogos, etnomusicólogos, indigenistas e pedagogos, além de especialistas em agrofloresta, empenhados nas ações de plantio, manejo e formação.

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Apesar do histórico de destruição das matas, assoreamento dos rios, implantação de agriculturas extensivas e proibição das roças tradicionais nos seus territórios, o povo Tikm?’?n sobreviveu e contabiliza uma alta porcentagem atual de crianças. Falante da língua Maxakali (por isso são chamados assim), classificada no tronco linguístico Macro-Jê, hoje ainda empreendem viagens pelas regiões ancestrais onde inventariam o que seus parentes ensinaram: conjuntos de cantos, danças, léxicos, histórias e um vasto conhecimento sobre a fauna e a flora.

Exposição de fotos do projeto.

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