Início do conteúdo

250312 evento mulheres 3s.jpg

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sediou nesta quarta-feira, 12 de março, a segunda edição do Café Mulheres 3S, evento que busca promover boas práticas para a equidade de gênero em organizações do terceiro setor. Inspirado no tema global da ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher 2025, “Para todas as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento”, o encontro foi pensado para fortalecer as mulheres à frente do Terceiro Setor e promover a conexão com empresas e governo. A meta é ampliar a equidade de oportunidades de crescimento profissional e o empoderamento feminino, principalmente no ambiente de fundações e institutos.

Além de incluir no encontro a celebração dos 30 anos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, um dos marcos mais importantes na luta global pelos direitos das mulheres, o evento reforça a necessidade de garantir avanços concretos e duradouros, combatendo retrocessos e buscando parcerias estratégicas. A fundadora e líder de criação e inovação da empresa Conectidea - Base Criativa de Transformação Social, Nanda Soares, trouxe ao evento um olhar que conecta a pauta ao tema do desenvolvimento sustentável e comentou sobre caminhos práticos para avançar. "O primeiro passo é a mulher conhecer os seus direitos. Tem uma fala icônica que veio num discurso da Hillary Clinton, quando ela era ainda a primeira dama. Ela fala que direitos humanos são direitos das mulheres", lembrou.  "Então, uma das propostas é que as mulheres também conheçam isso. A gente está falando em termos amplos, do enfrentamento à violência, da busca por igualdade salarial. Dentro da sua própria organização, a mulher pode propor esse debate como um diálogo aberto", destacou Soares.

250312 evento mulheres 3s noticia 3.jpg

Soares ainda ressaltou que os projetos de igualdade podem começar em pequenos passos, partindo do conhecimento sobre a agenda 2030 (série de compromissos internacionais de longo prazo com ações para o desenvolvimento sustentável). A igualdade de gênero é o quinto dos 17 objetivos elencados na agenda. No caso das organizações da sociedade civil, há dados que comprovam a necessidade de iniciativas e intervenções: embora sejam 65% da força de trabalho no terceiro setor, são minoria em cargos de chefia. As mulheres negras ocupam a maioria dos cargos de menor remuneração, em contraponto aos homens brancos, que ocupam a maior parte dos cargos com altos salários.

O movimento intitulado Mulheres 3S, que organizou o encontro, reúne entidades de diferentes setores e busca que mulheres pautem a agenda de suas organizações. O objetivo é reforçar o compromisso com a promoção de lideranças femininas, buscando um terceiro setor mais equitativo nas relações de gênero. A vice-presidente da Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), Nádia Rampi, destaca a relevância de mais pluralidade nos espaços de decisão como um ponto de virada na gestão. "Nós estamos falando de diversidade, da importância de você ter olhares diversos na hora da tomada de decisão. Quando você tem uma mulher numa posição de liderança, seja discutindo junto com homens, seja tomando a decisão, ela tem um olhar mais ampliado. Eu sempre falo que o nosso olhar, ele é 360 graus", avaliou. Neste sentido, Rampi considera que o olhar feminino pode trazer mais resultados para os objetivos finais das organizações. "O olhar feminino é mais voltado para a sociedade, é um olhar voltado para os beneficiários das organizações sociais. A gente consegue contemplar de uma forma mais sistêmica as nossas decisões", disse.

O chamado terceiro setor é composto por organizações profissionais privadas que atuam com projetos e temas de interesse público, como associações e fundações. No caso dessas últimas, o Ministério Público tem o dever de fiscalizar e monitorar o funcionamento das organizações. Para isso, existe o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Velamento de Fundações e às Alianças Intersetoriais (CaoTS). O coordenador do centro, Francisco Ângelo Silva Assis, participou da mesa de abertura do evento e destacou a importância da disputa política em torno da igualdade de gênero. "Me lembra a filósofa Marilena Chaui, que fala de democracia a partir da constituição de direitos. A visão de democracia, incluindo os direitos humanos, envolve os mais diversos conflitos, alguns evidente e outros é não percebidos ou não trabalhados", ressaltou. "No caso dos direitos das mulheres, os avanços precisam ser construídos com movimentos sociais, a sociedade civil, as instituições do Estado, pensando em implementações dos direitos", discursou.

O MPMG, por meio do CaoTS, é uma das organizações que compõe a aliança intersetorial que dá vida ao movimento Mulheres 3S, ao lado da Fundamig, da Fundação Dom Cabral, da empresa ConectIdea, do Instituto Ramacrisna e da Associação CeMAIS.  

Fim da notícia

Ministério Público de Minas Gerais

Assessoria de Comunicação Integrada
Diretoria de Conteúdo Jornalístico
jornalismo@mpmg.mp.br

 

Final do conteúdo