Notícias - Violência DomésticaMPMG e clubes de futebol de Belo Horizonte lançam campanha que chama a atenção para o combate ao feminicídio e à violência contra a mulher
Ações se estenderão até o final do ano com iniciativas dentro e fora dos estádios
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o América Futebol Clube, o Clube Atlético Mineiro e o Cruzeiro Esporte Clube dão início, neste sábado, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, à campanha Cartão Vermelho ao Feminicídio, que tem como objetivo sensibilizar torcedores, jogadores e toda a sociedade sobre a importância de relações igualitárias, de uma vivência saudável e não violenta da masculinidade, além de ressaltar a responsabilidade coletiva no enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio.
A campanha foi lançada nesta sexta-feira, dia 7, na sede do MPMG, com a participação do procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho, de promotoras e promotores de Justiça envolvidos na iniciativa, além de representantes e mascotes dos clubes, e representantes de órgãos e instituições que integram a rede de proteção à mulher vítima de violência, como o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, as Polícias Civil e Militar, a Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte e entidades da sociedade civil.
Pelo MPMG fazem parte da campanha o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (CAO-VD), a Coordenadoria Estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri (Cojur) e a Ouvidoria das Mulheres.
A promotora de Justiça e coordenadora do CAO-VD, Denise Guerzoni, apontou a união entre instituições como o MPMG e clubes de futebol no combate à violência contra a mulher como fundamental para ampliação não apenas do alcance e da eficácia das mensagens e das ações de conscientização, mas também da adoção de medidas práticas de prevenção e punição.
“O futebol não se resume a um esporte. É uma poderosa plataforma de comunicação de massa, que pode transformar culturas e realidades. Clubes de futebol e ídolos do esporte desempenham um papel fundamental na formação de valores e comportamentos, especialmente entre os homens. Esse potencial pode ser mobilizado para promover mudanças sociais, incluindo o enfrentamento à violência contra a mulher”, destaca Denise Guerzoni.
O procurador-geral de Justiça reiterou a força de campanhas envolvendo o futebol, principalmente com a participação de atletas dos clubes, como um fator com efeito positivo relevante em um meio reconhecidamente machista. “É uma iniciativa muito inteligente. Quanto mais difundirmos as mensagens contra o feminicídio, contribuiremos para diminuir essa chaga social que é a violência doméstica e, por consequência, o feminicídio, um dos mais graves crimes em nossa esfera social. E nós temos, como instituição encarregada da persecução penal das investigações criminais, que propor, em conjunto com outros órgãos, todas as formas de combatê-lo”, disse Paulo de Tarso.
O promotor de Justiça Cláudio Barros, coordenador estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri, alertou que os números de feminicídio, já altos no país, infelizmente, se encontram ainda em ascensão. “Estatísticas mostram que uma mulher é assassinada a cada seis horas no Brasil, hoje o quinto país que mais mata mulheres no planeta. Daí a relevância da campanha para informar sobre as medidas de proteção disponíveis e as formas mais eficientes de acessá-las”, elogiou ele.
Ações
Lançada em março, mês da Mulher, a campanha Cartão Vermelho ao Feminicídio se estenderá até novembro de 2025, com novas ações sendo planejadas para os jogos do Campeonato Brasileiro.
Já neste sábado, quando acontece a primeira partida das finais do Campeonato Mineiro, serão realizadas no Mineirão exibições de faixas no campo com mensagens da campanha e, no telão do estádio, de vídeos alusivos à campanha.
Um dos vídeos (abaixo) pede que toda violência contra a mulher seja denunciada, com alertas como: “Se você for vítima de violência doméstica, denuncie! Empurrões, xingamentos e humilhações também são tipos de violência! Não espere a violência aumentar para denunciar”. O vídeo também exibe os canais de denúncia e de atendimento às mulheres vítimas de qualquer tipo de violência (física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual).
Em outro vídeo, que também será compartilhado pelos envolvidos em suas redes sociais, atletas de América, Atlético e Cruzeiro explicam, com uma abordagem lúdica, o que é e como pode ser solicitada uma Medida Protetiva de Urgência, instrumento legal que protege mulheres em situação de violência.
As ações ao longo do ano farão conexão com outras datas relacionadas à questão da violência contra a mulher. Inicialmente, elas acontecerão em maio, mês de combate a violência sexual contra crianças e adolescentes; agosto, que é considerado o mês de proteção e conscientização brasileira de proteção à mulher; e em novembro, mês em que o dia 25 marca Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Capacitação
Denise Guerzoni revelou ainda que, para além dos estádios, estão em andamento tratativas com as áreas de Recursos Humanos dos clubes para que sejam desenvolvidas capacitações em todos os seus setores, com o objetivo de difundir, por meio da cultura e da educação, o respeito a todo e qualquer direito.
Denúncia
Qualquer pessoa pode denunciar casos violência contra a mulher, pela Ouvidoria do MPMG (telefone 127) ou pela Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. Em situações de urgência e perigo iminente, é recomendável acionar a Polícia Militar pelo 190.
Veja abaixo o álbum de fotos.

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