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Fábrica faz parte das obrigações assumidas pela Vale no Acordo Judicial que visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens da mineradora, em Brumadinho

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria Estadual das Promotorias de Justiça de Habitação e Urbanismo, participou hoje, 29 de abril, da inauguração da Biofábrica Método Wolbachia, em Belo Horizonte, que será gerida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais.  A unidade vai permitir ao Brasil ampliar sua capacidade de produção de uma das principais tecnologias no combate à dengue e outras arboviroses.  

Também participaram da solenidade representantes do Ministério da Saúde, do World Mosquito Program (WMP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum). Representando o MPMG estava o coordenador Estadual das Promotorias de Justiça de Habitação e Urbanismo, Leonardo Castro Maia, que participou do Acordo Judicial que estipulou a realização da obra.  

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A construção da fábrica faz parte das obrigações assumidas pela Vale no Acordo Judicial que visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens da mineradora, em Brumadinho, ocorrido em janeiro de 2019. A tragédia tirou a vida de 272 pessoas e gerou uma série de impactos sociais, econômicos e ambientais. As obras foram iniciadas em fevereiro de 2023, num terreno de 4 mil metros quadrados, no bairro Gameleira. Com área construída de 1.100 metros quadrados, o imóvel conta com laboratórios e espaços destinados ao setor administrativo.  

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O projeto da Biofábrica está sendo executado em duas etapas, totalizando mais de R$ 77 milhões, sendo R$20 milhões para a construção do prédio e R$ 57 milhões para a etapa de operação. Além de construir, equipar e mobiliar a unidade, a Vale também vai custear as operações do local por cinco anos. O início das atividades deve começar em janeiro de 2025. A estimativa é que a produção semanal da Biofábrica, depois do início das atividades, seja de dois milhões de mosquitos com a bactéria Wolbachia, que serão soltos, com a anuência da população, em Brumadinho e em outros 21 municípios vinculados à Bacia do Rio Paraopeba. A expectativa da SES é que, posteriormente, ocorra a expansão da produção de mosquitos para todo território estadual.

Método Wolbachia 

Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente naturalmente no Aedes aegypti. O chamado método Wolbachia consiste em inserir a bactéria em ovos do mosquito em laboratório e criar Aedes aegypti que portam o microrganismo. Infectados pela Wolbachia, eles não são capazes de carregar os vírus que causam dengue, zika, chikungunya ou febre amarela. Esses mosquitos, apelidados de Wolbitos, quando se reproduzem, passam a bactéria para novos mosquitos, fazendo com que menos insetos possam transmitir doenças para os seres humanos. 

O método consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os insetos locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Os Wolbitos, como são chamados, não são transgênicos e não transmitem doenças. 

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